
segunda-feira, 26 de março de 2012
FIQUE SOMENTE COM O QUE PRESTA

Você já percebeu como as casas estão cada vez menores?
Mas pense bem: por que isso é ruim?
Em menos cômodos há mais convivência,então namore
Estamos mais perto de quem amamos,enfim
Não é uma questão de espaço, mas de organização
Em uma casa menor, só cabe o que importa
Então livre-se de tudo o que entulha a vida e o coração
Delete o supérfluo,selecione as pessoas,o resto aborta
Arquive as memórias
Tenha estantes, use gavetas, crie caixas
Ouse reciclar e viva de maneira satisfatória
E dê adeus ao que rebaixa
Nutra o hábito de classificar o essencial
Faça da organização um ritual de purificação,não uma penitência
Resuma e sobretudo, permita o vazio e o celebre afinal
Ele é um convite à criação e não descuide da boa aparência
(Fátima Guimarães)
INIGUALÁVEL MULHER

Talvez você já tenha presenciado
A cena de um reencontro comovido
De pessoas queridas em um aeroporto determinado
E mesmo sem conhecer os envolvidos
Foi tomada aquela alegria como sua
A explicação para esse sentimento
Sendo sensível ainda da compaixão usufrua
E se comova á toa teu coração sem fingimento
Cada vez que uma idosa consiga
Segurar um bebê no colo com carinho
E você tocar a barriga da amiga
Que está grávida de seu sobrinho
E ver a mão calejada de um homem em desconsolo
Tirar da rua um cachorro perdido
E o proteger carregando no colo
Você vai fixar essa cena em sua mente o gesto divino
Pense nos seus amigos que gosta de fato
Observe a necessidade que cada um deles carrega
De trocar experiências e de entrar em contato
Não negligencie a conexão íntima que aconchega
Pense nos seus amigos que gosta de fato
Observe a necessidade que cada um deles carrega
De trocar experiências e de entrar em contato
Não negligencie a conexão íntima que aconchega
A essência desse modo de viver
É que te faz humana
É que te faz inigualável mulher
É que te faz ter orgulho de ser baiana
(Fátima Guimarães)
SERES E NÃO OBJETOS

Aprendi com as plantas observando
A viver o momento presente e ver o pôr-do-sol
Amanhã a flor pode já ter murchado findando
Amanhã pode ser que não chova ou que falte sol
Aprendi com as plantas a não economizar
As experimentações que vivo intensamente
Aprendi a aceitar o eterno ciclo ao terminar
Da mudança de estações como uma bênção somente
Recebo cada fase como um novo começo
E não como um novo fim
Tenho em mente que é sempre possível o recomeço
Replantar e mudar de terra e cortar o capim
Celebro, numa simples mudança na jardineira
A promessa da terra nova com escolhas
Contemplo a vida em suas infinitas escalas verdadeira
Da planta inteira, raiz, caule e folhas
Cerco-me de plantas, aprendo tanto com elas
Acredito numa vida mais saudável
E mais perto do natureza tão bela
Em que as plantas são acolhidas, tão amável
Na minha casa como seres e não como objetos de tela
(Fátima Guimarães)
PÃO,SAGRADO PÃO

Do cheiro de pão no forno envolvente
Emana a promessa
De um belo dia pela frente
Água, farinha, sal e fermento processa
Nenhum alimento é mais simples talvez
Nada pode ser mais essencial
Toque o relevo da casca com rapidez
Saboreie o barulho que ela faz normal
Ao ser partido o pão com as mãos
Experimente a textura do miolo que quer
Que se desfaz lentamente quentão
Enquanto uma fumaça suave houver
O pão quentinho convida: me saboreie com paixão
Ame o cotidiano com o mesmo amor incansável
Com que todas as manhãs celebra a paixão pelo pão
Cultive pela vida esta mesma instigante e fome insaciável
(Fátima Guimarães)
VOLTA PRA CASA

O que você deseja quando volta
De uma longa e cansativa viagem em janeiro
É deitar na sua cama livre,leve e solta
Encostar a cabeça no travesseiro
Colocar sua música preferida para tocar
Fechar os olhos e constatar: “enfim, em casa”
Ao seu redor estão seus livros favoritos pra devorar
Seus quadros com fotos favoritas em que arrasa
Degustar suas comidas favoritas
Acessar seu notebook,assistir filme na Sky,escrever
Ler um bom livro que algo bom transmita
Rever suas pessoas favoritas que são seu bem-querer
Você vai dormir debaixo de camadas
E mais camadas do lençol mais macio que tiver
E vai almoçar no lugar que lhe agrada
No chão da sala , se decidir assim,comer
Pense nos seus sonhos de criança e rememore
Quando tudo o que você queria
Era morar numa cabana de uma árvore
O que você para lá levaria?
É disso que se trata ter uma casa
Um refúgio no qual você se reconheça
Como dona-de-casa
E em todos os objetos e móveis retrata sua cabeça
(Fátima Guimarães)
A JANELA

A janela é um espaço privilegiado da casa
Ela emoldura a paisagem sedutora
E funciona como uma ponte que defasa
Entre o que está dentro e o que está fora
Ela convida a sair a cada segundo
E traz para a casa homeopaticamente em doses
Um pedaço do resto do mundo
Nas janelas, cortinas são cúmplices da luz, não seus algozes
Cortinas devem ser de renda feita com afeto
Para balançarem ao vento
A luz não é um detalhe: ela é a vida por completo
Deixe o sol da manhã lhe acordar no aposento
Acordar com o vento
Tocando de leve a sua pele de forma afetiva
É como sentir no seu corpo o sentimento
Da alegria de estar viva
(Fátima Guimarães)
segunda-feira, 19 de março de 2012
MINHA INDEPENDÊNCIA MATERIALIZADA

Meu maior sonho,há anos fantasiado
É ter um apartamento com vista aprazível
De frente pro mar,bem ventilado
Que seja o mais aconchegante possível
Meu lar tem que ter elementos
Que remetam àquelas emoções
Que mais desejo para a vida que acalento
Expressa com quadros com minhas fotos em cada vão
Com flores de todas as matizes
Com plantas com todos tipos de vibrações
Esses objetos evocam emoções tão vivas que quis
Que passam a dialogar em silêncio entre eles em comunhão
Tudo escolhido com tanto esmero
Contribui para regenerar a interação
Está impregnado ali para sempre o que venero
Que ficar em casa é um refúgio visto com paixão
(Fátima Guimarães)
domingo, 18 de março de 2012
ÁGUAS PURIFICADORAS

A terra molhada nos faz uma promessa.
Diz ela que a vida florescerá em comunhão
Sob o céu azul a cor que a beleza expressa
Enquanto as águas cumprirem seu curso
Cair,escorrer,abrir fendas
E driblar rochedos até se unir no percurso
A vastidão do oceano sem que se arrependa
Por sua trajetória errante
A água representa movimento
Cai com fluidez e tenacidade adiante
Não há incômodo nenhum no cruzamento
A água vai preenchendo espaços vazios
E segue contornando obstáculos
Pingando lentamente os desafios
Até desgastar um anteparo com pulos
Assim como a água que me banho
Para purificar meu corpo e espírito
Sinto que a torrente que corre
Me diz que como a água que nada é infinito
Estou de passagem nesta nesta vida que escorre
(Fátima Guimarães)
MEMÓRIA AFETIVA DE UMA CASA

Visitei um lugar de minha infância
E vi que a casa velha perto do cais
Que pra mim tinha tanta importância
Por ser de meus avós já não existe mais
E nem a mangueira do quintal
Cuja sombra me assentei
Já não existe mais no local
Fiquei ali,diante dessas ausências e penei
As refeições na casa de meus avós ficou na memória
Se davam numa mesa grande de madeira
Em torno da mangueira com sombra satisfatória
Nós nos entreolhávamos cúmplices em cada cadeira
E percebi que a tristeza desencadeia
Uma melancolia na alma que padece
É como está diante de um espaço que mapeia
Onde um dia houve um encontro que nada esquece
A vida é uma despedida que acontece
Não tive braços suficientes para conter
Para segurar o que um dia falece
E só me deu momentos felizes para viver
Daí ao ver o fim
Sinto-me perdida de novo
Aos poucos tudo foi me abandonando assim
E se distanciando vejo que choro e me comovo
(Fátima Guimarães)
EU QUERIA

EU QUERIA...
Eu queria cuidar só de você minha vida
Te fazer cafuné
Massagear seus pés toda derretida
Você deve gostar tanto desse mimo,né
Eu queria aquecer a água antes do seu banho
Te trazer flores, chocolate, bichinho de pelúcia
Te dar o remédio na hora certa sem acanho
Te levar ao dentista,ao médico,no dia e hora com minúcia
Queria passear com você no centro ou no calçadão se fizesse sol
Se chovesse eu queria te levar ao antiquário, ao shopping, à galeria de arte
Eu queria comprar uns cds e dvds que você gosta em espanhol
Ouvir música abraçadinho, assistir filme comendo pipoca até que você se farte
Eu queria dormir depois que a gente fizesse aquilo gostoso duas vezes
Eu queria morar com você em uma casinha branca de janelas brancas
Com jardineiras floridas de violetas,isolados do mundo de vez
Queria viajar muito contigo, queria te ver acordar com voz sempre mansa
Queria colocar a mesa do café da manhã
Fazer o pão integral na máquina de fazer pão
Eu queria te esperar chegar da rua com zelo de anfitriã
Eu queria te entender, ler os teus pensamentos e te dar a mão
Eu queria adivinhar as suas vontades, os seus desejos quais são
Descobrir os seus segredos, saber o que você escreve
Eu queria que a gente vivesse em harmonia,sem discutir a relação
Entendesse um ao outro sem precisar conversar,e tudo releve
Eu queria que tudo fosse claro entre a gente
Eu não queria que você ,comigo se alterasse nem gritasse
Eu queria enxugar tuas lágrimas eternamente
E depois te ver sorrir de novo como se a tua dor passasse
(Fátima Guimarães)
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